sábado, 21 de setembro de 2013

Conto Batendo Orelha


https://www.youtube.com/watch?v=-loM87t-4BI
Vídeo do conto Batendo Orelha
    
Batendo Orelha (João Simões Lopes Neto)

      Nasceu o potrilho, lindo e gordo, filho de égua boa leiteira, crioula de campo de lei.       
        
        O guri era mimoso, dormindo em cama limpa e comendo em mesa farta.


        Já de sobreano fizeram uma recolhida grande, sentaram-lhe uns pealos, apertaram-no pelas orelhas e pela
cola e a marca em brasa chiou-lhe na picanha.
         
        Andaria nos oito anos quando meteram-lhe nas mãos a cartilha das letras e o mestre-régio começou a indicar-lhe as unhas, de palmatoadas.  
        
        O potrilho couceou, na marca. O menino meteu fios de cabelo nos olhos da santa-luzia...

        Em potranco acompanhava a manada e retouçava com as potrancas, sem mal nenhum.

        O rapazinho rezava o terço e brincava de esconder com as meninas… o que custou-lhe uma sapeca de vara de marmeleiro.

        Quando o potrilho foi-se enfeitando para repontar, o pastor velho meteu-lhe os cascos e mais, a dente, botou-o campo fora: fosse rufiar lá longe!...

        O gurizote, já taludo, quis passar-se de mais com uma prima...; o tio deu-lhe um chá-de-casca-de-vaca, que saiu cinza e fedeu a rato!...

        O potro andava corrido, farejando... Mas nem uma petiça arrastadeira d’água e poronguda, achou, para
consolo da vida. Té que o caparam.

        O mocito, que era pimpão, foi mandado incorporar. Sentaram-lhe a farda no lombo.

        Mal sarou da ferida o potro foi pegado: corcoveou, berrou; quebraram-lhe a boca a tirões, dividiram-lhe a
barriga com a cincha; quis planchar-se, e lanharam-lhe as virilhas a rebenque e as paletas a roseta de espora.
Tiraram-lhe as cócegas... Ficou redomão.

        O recruta marcou passo, horas, pra aprender; entrou na forma; agüentou descomposturas; deu umas
bofetadas num cabo e gurniu solitária e guarda dobrada, por quinze dias. Cortaram-lhe os cabelos à escovinha e
ficou apontado. Era o faxineiro do esquadrão.

        Houve uns apuros de precisão… O rocim foi vendido em lote, para o regimento.

        Tocou a reunir: era uma ordem de marcha, urgente. O faxineiro recebeu lança, espadão e tercerola.

        Quando a cavalhada chegou o primeiro serviço dos sargentos foi assinalar os novos; era simples e ligeiro: um talho de faca na orelha, rachando-a. Bagual assim, virava reiúno.

        Quando tocou o bota-sela, o faxineiro estava na porteira, de buçal na mão, esperando a vez. O laçador laçava, chamava a praça e esta enfrenava... e cada um roia o osso que lhe tocava.
        — Chê! Enfrena!...
        Foi o reiúno que caiu pro recruta.

        Aí se juntaram os dois parecidos, o bicho e o homem. E a sorte levou os dois, de parceria, pelo tempo adiante. Curtiram fome, juntos, cada um, do seu comer, E sede. E frio. E cansaço, mataduras e manqueiras; cheiros de pólvora e respingos de sangue, barulho de músicas, tronar grosso e pipoquear, nas guerrilhas de 65.

        E de saúde, assim, assim... Um teve sarnagem, o outro apanhou muquiranas; se um batia a mutuca, o outro caçava as pulgas.
         
        Quando, no verão, o reiúno pelechava, também o faxineiro deixava de sofrer dores de dentes.

        Passados anos o mancarrão já nem engordava mais, e todo ovado estava. O fiscal do regimento, sem uma palavra de — Deus te pague — mandou vendê-lo em leilão, como um cisco da estrebaria. Um carroceiro comprou-o, por patacão e meio, com as ferraduras.

        Passados anos o praça aquele teve baixa, por incapaz, com o bofe em petição de miséria; e saiu da fileira sem mais família e sem saber oficio. Saiu com cinco patacas, de resto do soldo, e sem o capote. Foi então ser carregador de esquina.

        O reiúno apanhava do carroceiro, como boi ladrão!

        O carregador levava dos fregueses descompostura, de criar bicho!

        O reiúno deu em empacar.

        O carregador pegou a traguear.

        O carroceiro um dia, furioso, meteu o cabo do relho entre as orelhas do empacador e... matou-o.

        A policia uma noite prendeu o borrachão, que resistiu, entonado; apanhou estouros… e foi para o hospital,
golfando sangue; e esticou o molambo.

        O engraçado é que há gente que se julga muito superior aos reiúnos; e sabe lá quanto reiúno inveja a sorte da gente...

domingo, 8 de setembro de 2013

Paráfrase da reportagem

                 Hoje em dia os assassinatos há adolescentes são muito frequentes, no caso da reportagem a menina assassinou a Bianca pois não estava conformada com o fim do namoro entre as duas. Um caso que acontece muito com adolescentes, eles levam muito a sério os relacionamentos, e não percebem que isso pode fazer muito mal a eles um dia prejudicando sua própria vida (social e pessoal). Os jovens e adolescentes devem ter cuidado na hora de assumir relacionamentos pois eles podem trazer futuramente feridas incuráveis no pensamento.

Adolescentes confessam morte de estudante

     Duas adolescentes, de 16 e 17 anos, confessaram, segundo a Polícia Civil, o assassinato da universitária Bianca Mantelli Pazinatto, de 18 anos, na cidade de Jataí (GO), na segunda-feira. A moça foi esfaqueada e encontrada na casa de uma das adolescentes. A principal hipótese é de crime passional. Uma das menores não se conformava com o fim do namoro com Bianca. As duas já foram apreendidas.


O Estado de S.Paulo
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,adolescentes-confessam-morte-de-estudante-,1059061,0.htm

Coisa de adolescente

Coisa de adolescente 


Numa novela, outro dia, o mesmo texto: mulher recém-separada, mais de 50 anos, declarando-se apaixonada feito... feito o quê? Feito uma advogada, feito uma manicure, feito uma professora? Não, feito uma adolescente.

Nem eu escapo. Outro dia, recebi uma cantada de um guapo nada desprezível, e do alto dos meus 43 anos - 16 de casada -, me senti igualmente uma menina. Ora vejam, só por causa de uma cantada inocente que não levou a nada, só por causa da nostalgia que me provocou.

Qual é? Agimos como se apenas os adolescentes tivessem o direito de vibrar. Como se adrenalina correndo nas veias fosse um direito exclusivo deles. Como se homens e mulheres maduros não pudessem se divertir, não pudessem azarar sem compromisso, não pudessem se presentear com instantes de total curtição. Quem declarou que isso seria um desajuste? Nós mesmos, quem mais.


Entusiasmo não é coisa de adolescente: é coisa de gente grande. Vou além: é coisa de gente velha, inclusive. Coisa de adolescente é depender de ajuda financeira dos pais, passar a madrugada bebendo cerveja em posto de gasolina, andar sempre em turma. E até isto não é propriedade privada deles. Mas entusiasmo, vibração, paixonite? Que insistência burra esta nossa ao afirmar, cada vez que vivemos algo novo e excitante, que estamos em surto de adolescência. Isso sim é falta de maturidade. Os maduros de verdade sabem que estão sujeitos a vibrações em qualquer etapa da vida. Alguém está morto aí? Eu, não.


Sei que é difícil, mas vou tentar nunca mais dizer que um entusiasmo é "coisa de adolescente". É desrespeitoso com eles, que quase sempre amam com mais intensidade do que nós. E desrespeito conosco, porque nós, os que julgam que tudo viram e tudo sabem, ainda iremos nos surpreender muito nesta vida.
Martha Medeiros


        Paráfrase da Crônica Coisa de Adolescente de Martha Medeiros

Nessa crônica o apelo vai para as diversas pessoas que descobrem um adolescente dentro de si em uma etapa da vida. Como atos e ações de pessoas uma simples conversa com demais individuo de outras classes podemos descobrir que não são apenas os adolescentes que tem uma maneira de brilhar e ter entusiasmo os outros de outras faixas de idades também tem esse direito.


Apresentação

Olá blogueiros de plantão, Somos alunos do Colégio Tiradentes da Brigada Militar de Santo Ângelo cursando o 1° ano do Ensino Médio. Buscamos por meio deste blog postar textos de vários gêneros textuais, nos quais serão avaliados pelas professoras Sandra Grasel de língua portuguesa e Elizá da Fontoura de redação. Os textos serão baseados no assunto Adolescência. Componentes do grupo: Bárbara Massalai  Meotti, Eugênio Junior Warpechovski, Paula Bica Flores e Suzana Diel Boligon.
Estamos felizes pela sua participação, não esqueça de participar do blog deixando seu comentário e também votando na nossa enquete. Um grande Abraço!